ENA - Encontro Nacional de Agroecologia
Auto-organização das mulheres é o primeiro tema em debate
por Katarine Flor, da Pulsar
Começa hoje (26) o Encontro Nacional de Diálogos e Convergências, em Salvador, Bahia. A participação e autonomia das mulheres, na perspectiva do feminismo, ganha destaque com a oficina “Participação e auto-organização das mulheres”.
Maria Emilia Pacheco, é assessora do Programa de Soberania Alimentar, Agroecologia e Economia solidária da Ong Fase. Ela é uma das responsáveis pela oficina. E explica que é um espaço onde as mulheres poderão dialogar sobre a importância de fortalecer a organização feminina e as estratégias para que isso aconteça em cada região e nos movimentos sociais.
A oficina será restrita às mulheres. Maria Emília explicou que essa decisão se explica porque assim elas se sentem mais livres para se expressarem.
A feminista lembra que existe uma grande desigualdade na divisão sexual do trabalho. Um exemplo é que um terço das mulheres do campo afirmam trabalhar apenas 6 horas por dia. Maria Emilia afirma que esta carga horária se justifica porque elas não consideram o tempo dedicado aos cuidados com o lar, com a família e os animais e atividades na agricultura familiar, que muitas vezes são tidas como “ajuda”.
Maria Emilia acredita ser necessário buscar o reconhecimento do trabalho das mulheres nas instituições públicas, na sociedade e também nas famílias. E ressalta a importância da participação dos homens nas atividades da casa. Estes e outros pontos serão destaque na oficina. Entre eles a violência como instrumento de dominação dos homens sobre as mulheres e direitos sexuais e reprodutivos.
A abertura do encontro está prevista para às sete e meia da noite. O Encontro Nacional de Diálogos e Convergências vai até o dia 29 de setembro. Durante os quatro dias serão discutidos temas como Agroecologia, Saúde, Justiça Ambiental, Soberania Alimentar, Economia Solidária e Feminismo. A ideia é identificar como todos estes temas estão relacionados e criar estratégias que promovam a preservação do meio ambiente, a igualdade de gêneros e o acesso a direitos.
Participam do encontro cerca de 300 pessoas entre agricultores, integrantes de movimentos sociais, comunicadores, pesquisadores e estudantes.
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